Voilette é um véu curto, que cobre o rosto, ícone do estilo retrô,
vintage e pin up. Nesse video, eu te mostro os diferentes formatos,
tipos e modelos de voilette. Assista e confira!
Aproveite e clique aqui para se inscrever no nosso canal do Youtube!
Voilette em francês significa véu, e é
exatamente isso que ele é. Mas no formato que conhecemos hoje, é um véu mais
curto, que cobre o rosto. O dicionário Larrouse
lhe dá o seguinte significado: “Pedaço de véu de tule (ou renda) colocado na
borda de um chapéu e que cobre o rosto parcial ou totalmente.” Mas sabemos que
o voilette não é usado só com o chapéu. É usado sozinho também. Então podemos
dizer que ele é o véu que cobre o rosto.
Ele foi muito usado entre os anos 10 e 50 do século XX, e se
tornou um ícone do estilo retrô e pin up. Mas para entendermos melhor de onde
isso vem, vamos dar uma olhada na história do véu? Inicialmente ele era usado
para cobrir a cabeça.
O primeiro registro do uso do uso do véu por mulheres é de um
texto legislativo assírio do século 13 a.C., que restringia seu uso a mulheres
da aristocracia, e o proibia para prostitutas e mulheres comuns. Podemos
deduzir que ele era um sinal de status.
Ele também sempre esteve ligado a costumes de casamento e à
religião. As noivas até hoje usam o véu em cerimônias de casamento, e ele
costumava simbolizar a pureza e a virgindade da noiva. Na Grécia Antiga, as
noivas o usavam para se proteger do mau olhado e do assédio de outros homens.
Na Grécia Antiga, as mulheres usavam o véu
para se proteger do assédio dos homens.
Há também relatos da cultura da Mesopotâmia a respeito do uso
do véu em culto a Ishtar, deusa da
fertilidade e da primavera, também associada à dança dos sete véus. No judaísmo
e no islamismo, ele também é usado desde a Antiguidade, em cerimônias religiosas
e eventos sociais. Aliás, o Islã não só prega o uso do véu nessas ocasiões,
como a mulher deve andar com a cabeça coberta no dia a dia também. Ela deve
cobrir os cabelos.
Deusa Ishtar, associada à dança dos sete véus.
O Islã prega que as mulheres muçulmanas devem cobrir os cabelos com o véu no dia a dia.
No cristianismo, o véu aparece nas imagens de santas, como
sinal de recato, assim como no judaísmo e no cristianismo. Ainda no século XX,
existia a prática, até os anos 60, de usar o véu ou mantilha para cobrir a
cabeça das mulheres na igreja. Esses véus eram feitos de tule e de renda, e
lembram muito os véus vitorianos de luto.
No cristianismo, o véu aparece nas imagens de santas, como
sinal de recato.
Na Idade Média, por
influência das cruzadas, e consequentemente da cultura islâmica, as mulheres
passam também a usar diferentes tipos de véus. E para isso, usavam chapéus
elaborados como uma espécie de suporte para o véu. Havia inúmeras formas de
chapéus e enfeites para a cabeça e grande variedade de penteados elaborados.
Por volta de 1400, as mulheres chegavam até mesmo a raspar os pelos da
sobrancelha, para dar destaque aos chapéus.
O acessório chamado crespine
era uma espécie de rede de cabelo que tinha estrutura de arame com forma
cilíndrica ou esférica e pontiaguda, que lembrava chifres, onde se prendia o
véu. Já o acessório conhecido como “borboleta” era um pequeno chapéu que
escondia os cabelos e servia de apoio para um véu diáfano com forma de
borboleta. Havia também um acessório com formato de coração, em que o véu era
usado como enfeite.
Crespines usados na Idade Média.
Véus modelo diáfano.
Acessórios em formato de coração, usados com o véu na Idade Média.
Já o Hénnin,
também conhecido como campanário, era o chapéu que hoje chamamos de chapéu de
fada ou chapéu de bruxa. Era um cone de seda ou veludo com um véu preso na parte
mais alta. Existia também o modelo de dois cones, e muitas vezes os véus eram
bem compridos. Com o passar do tempo, o chapéu foi ficando cada vez mais alto e
pontudo. O Hénnin acabou se tornando
um símbolo de status, porque exigia uma preparação elaborada, e ainda uma
maneira lenta de andar por parte de quem o usava; e isso só poderia ser mantido
por pessoas ricas, que tinham tempo ocioso.
Chapéus Hénnin de copa alta: um acessório para mulheres ricas.
Chapéus Hénnin de copa baixa.
Com o modelo Hénnin, já podemos ver o véu cobrindo o rosto, já que em alguns
momentos e em alguns modelos, ele não cobria apenas a cabeça, mas o rosto
também (geralmente no início de seu uso, quando o chapéu era mais baixo e menos
pontudo). Como podemos perceber, na Idade Média já surge a ideia de usar o
chapéu e o véu juntos (vamos lembrar que o uso do voilette sempre esteve muito
associado à chapelaria e ao uso do chapéu).
Tradicionalmente, os véus que cobriam a cabeça eram de
tecidos, muitas vezes translúcidos, e alguns de linho, mas ainda não eram
feitos de nenhum material com estrutura de tela, como os do século XX.
Nos moldes mais próximos do que conhecemos, há registros de
uso do voilette no século XVII. Mas ele realmente se tornou um adorno no século
XIX. Ele foi muito usado na Era Vitoriana, juntamente com chapéus.
Nesta época, a moda sofreu forte influência da moda e dos
ritos do luto, incluindo o uso da cor preta nas roupas e acessórios e também um
tipo de véu de luto que era usado.Durante o primeiro ano de luto fechado, era usado um véu grande, e
comprido, que cobria todo o rosto da mulher. Nos seis primeiros meses do
segundo ano, ela podia substituir o véu longo e pesado por um véu curto. Esses
véus eram feitos de tule e renda, e influenciam a moda do vitoriano gótico dos
dias de hoje.
Véus vitorianos: os ritos de luto exerceram forte influência na moda.
Véu vitoriano de luto fechado.
Nos seis primeiros meses do
segundo ano, a mulher enlutada podia substituir o véu longo e pesado por um véu curto.
Mas além dos voilettes de luto, também já eram usados os
primeiros voilettes com o material que conhecemos hoje. Esse material costuma
ser chamado de várias formas diferentes: tela francesa, tela russa, birdcage veil (em inglês, que significa
algo como “Véu gaiola de pássaro”), e até mesmo pelo nome de voilette mesmo.
Mas voilette é o acessório, o véu que cobre o rosto, e por isso nem todo
voilette precisa ser feito desse material. Também existem voilettes de tule e
de renda, por exemplo. Mas voltando ao voilette vitoriano, ele era sempre usado
com chapéus. Tanto o voilette de estilo próximo ao moderno, quanto o de luto.
Voilette da Era Vitoriana: usado com chapéu.
Surgem os modelos feitos de tela.
No século XX, o voilette aparece a partir dos anos 10, mas
seu auge é entre os anos 30 e 40. Nos anos 20, o acessório foi disseminado por
grandes nomes da moda como Coco Chanel e Dior. Então ele já aparece como um véu
pequeno, que cobre apenas o rosto, um pedaço de um material de tela.
Mas o voilette realmente fez sucesso mesmo com Marlene
Dietrich, em "O Expresso de Xangai", em 1932. Ele também aparecia em outros
filmes, como com a atriz Joan Fontaine em “As mulheres” (1939), e também ao
longo dos anos 40 e 50.Foi muito usado
nos anos 40, especialmente com chapéus na época da Segunda Guerra. E nos anos
50, mesmo depois da guerra, ele continuou a ser bastante usado, e algumas vezes
cobrindo ao redor de toda a cabeça, mesmo sendo em tamanho curto.
O voilette fez muito sucesso com Marlene Dietrich,
no filme "O Expresso de Xangai".
A atriz Joan Fontaine usando o voilette.
Modelos de voilettes dos anos 50:
aparecendo cobrindo ao redor da cabeça.
Muito se diz que o voilette era usado para proteger o rosto
do sol e da poeira. Pode ser que seja. Na verdade, é um pouco difícil dizer.
Sabemos que ele é um tipo de véu, e que deriva de uma tradição cultural mais
antiga do uso do véu. Ao longo da História, o véu foi usado como símbolo de
status, como forma de proteção, de devoção religiosa, como símbolo de pureza, e
até mesmo de luto. O que podemos dizer com certeza é que ele sempre foi usado
como uma forma de expressão, e talvez os motivos recentes do uso do voilette
tenham um pouco a ver com todos esses motivos do passado. Mas o fato é que ele
é hoje uma questão de estilo pessoal, e ainda uma forma de expressão. Além, é
claro de um símbolo do retrô, do vintage e do estilo pin up; apesar de no
Brasil ele ainda ser fortemente associado a noivas e casamento.
Clique aqui para conferir os nossos voilettes artesanais e exclusivos.
Essa é para quem curte arte Pin Up! Eu
montei e preparei este calendário eletrônico, em forma de E-book, com arte de
conhecidos ilustradores do estilo Pin Up,
considerados clássicos. O download dele é totalmente gratuito. Você pode
imprimir este calendário e pendurar, ou pode apenas usá-lo no formato digital
de E-book mesmo, para consultar datas. O que você precisa fazer? Nadinha além de clicar neste link e fazer o download. Espero que goste!
O mini chapéu fez muito sucesso nos anos 30 e 40. Mas ele já
era usado no século XIX e fazia parte da cultura vitoriana. Na segunda fase da
era vitoriana, a partir da década de 1860, o modelo bonnet começa a ser substituído por chapéus de tamanho menor. Surge
então o mini chapéu, cheio de adornos: rendas, fitas, pregas, flores e plumas.
Geralmente, era usado com voilettes, e ficavam caídos sobre a testa. Após a Era
Vitoriana, vem a Belle Époque, onde a moda era dos grandes chapéus, e depois,
nos anos 20, a febre é o cloche.
Mini chapéus vitorianos.
Nos anos 30, com a crise econômica após a quebra da bolsa de
1929, a moda fica menos opulenta e mais sóbria, em uma busca pelo que é
atemporal e clássico. Além disso, existe uma tendência de se economizar no
material, e assim, os mini chapéus são uma forte tendência. Em diferentes
formatos e modelos, com variedades de enfeites, eles são clássicos e
econômicos. Os modelos dos anos 30, de um modo geral, costumavam ser mais
simples do que os vitorianos, em uma busca pelo que seria clássico e atemporal.
Mini chapéus voltam a fazer sucesso nos anos 30,
por causa da crise econômica.
Penteados e chapéus dos anos 30.
Nos anos 40, surge a Segunda Guerra Mundial, e como em toda
guerra, os materiais ficam escassos. Os tecidos ficavam cada vez mais escassos,
assim como outros itens (inclusive as meias de nylon); e muitas mulheres
costumavam reciclar e modificar peças antigas, para reutilizá-las. Assim, os
mini chapéus continuam em alta durante esta década. Mas dessa vez, como os
tecidos eram escassos e muitas vezes, as roupas eram simples, os chapéus se tornam
mais criativos e chamativos, e passam a ser um ponto de destaque do look, em
várias cores, com muitas flores, véus e enfeites. Muitos deles eram feitos de
feltro e alguns tinham estilo militar. O Pillbox em tamanho mini era um dos
modelos mais populares.
Com a escassez de materiais, os mini chapéus continuam fazendo sucesso.
Penteados e chapéus dos anos 40.
O pillbox estava entre os mini chapéus mais populares.
É a partir daí que começam a surgir aquilo que nós
conhecemos como casquete aqui no Brasil. São chapéus em tamanho mini e sem
abas, que surgem a partir dos mini chapéus produzidos e usados durante os anos
40. Nos anos 50, os casquetes se sofisticam ainda mais, com enfeites mais
luxuosos e refinados.
O casquete surgiu a partir do mini chapéu.
Nos anos 50, o conceito de casquete se sofistica.
Confira um video que eu preparei sobre o assunto, em que eu falo um pouco da história do mini chapéu: