terça-feira, 14 de abril de 2020

Chapéus e Acessórios dos anos 20



As mulheres dos Anos 20 não saíam de casa sem um chapéu ou acessório. Apesar de essa década ter como símbolo o cloche, ele não era a única opção, e existia uma grande variedade de modelos de chapéus e acessórios.




Mushroom


Sofrendo influência dos chapéus de aba larga da Belle Époque, alguns modelos tinham uma aba ainda um pouco grande, como os Mushroons. Usados durante a tarde, principalmente durante o verão, costumavam ser feitos de palha ou tela. O tipo mais comum de enfeite eram a faixa de seda e as flores.


O tipo mais comum de chapéu Mushroom
era com enfeite de fitas e flores




Sailor Hat


O Sailor Hat, versão feminina do chapéu Boater, já era usado a partir do fim do século XIX, e também era popular na década de 20. Podiam ser de palha, como aversão masculina ou de outros materiais. Geralmente eram decorados com fita e laço. Costumavam ser muito usados por mulheres que defendiam o voto feminino (sufragistas).

O Boater  e sua versão Sailor Hat
eram usados por sufragistas




Chapéu Mosqueteiro ou Musketeer Hat ou Cavalier Hat


Com o lançamento de “Os Três Mosqueteiros”, em 1921, surgiu a tendência de moda do chapéu mosqueteiro, também chamado de Cavalier. No verão eram usados modelos de palha, e no inverno de veludo. Existiam o modelo Bicorne, com a aba da frente dobrada, e o modelo tricorne, como a aba dobrada em três pontos diferentes da cabeça (relembrando os antigos chapéus que conhecemos como “chapéus de pirata).


Os bicornianos eram mais populares e costumavam ter um arco para um lado ou longas fitas, penas e joias penduradas.


Eram chapéus casuais e esportivos, mas os mais enfeitados, com penas e materiais ricos também poderiam ser extravagantes e usados na rua. Eram feitos de palha ou de feltro. Esse modelo foi popular somente na primeira metade da década de 20.

Chapéus Musketeers bicornes
eram casuais e esportivos.




As Boinas


O modelo Tam O’ Shanter, e suas variações de Tam Hat (uma versão feminina inspirada no tradicional Tam O’Shanter masculino) era um modelo bastante popular na época. O Tam O’Shanter era usado tanto por homens quanto por mulheres. Mas como item de moda, apenas pelas mulheres. Foi muito popular entre adolescentes e mulheres jovens, tanto no inverno quanto no verão. Esse modelo de boina foi popularizado pela atriz Clara Bow. Geralmente os modelos Tam eram feitos de tricô ou crochê, de feltro ou de veludo.

As boinas Tam Hat eram muito populares


A Beret foi outro modelo de boina que fez muito sucesso durante essa década. Também era a queridinha das adolescentes e das mulheres mais jovens. Costumava ser feita de feltro ou de tecido, muitas vezes com uma tira de couro em torno da cabeça. A Beret tinha um visual esportivo, e por isso costumava ser usada com blusas de marinheiro, blusas de malha, blusas xadrez, além de uniformes esportivos, como o de equitação. O acessório estava disponível nas mais diferentes cores.

Muito usada por mulheres jovens,
A Beret tinha visual esportivo





Toque Hats


Os chamados Toque Hats eram chapéus feitos de painéis rígidos e usados na parte superior da cabeça. Típica da década de 20, era o modelo de mulheres maduras e ricas, que não queriam se parecer com melindrosas (flapper). Apesar disso, o chapéu também foi adotado por melindrosas da época, embelezado com contas, lantejoulas, bordados metálicos e pedraria.

Os Toque Hats eram modelos usados por
mulheres que não queriam se parecer com
as flappers (melindrosas)




Turbantes


Por influência oriental, surgiu a tendência do uso de turbantes. Usava-se chapéus modelos nesse estilo de turbante e também lenços e tecidos com amarrações no estilo. Eram enfeitados com penas ou joias, para dar um visual glamouroso. Era um dos únicos chapéus usados à noite em ocasiões formais, mas também podia ser feito em modelo diurno. Os turbantes eram muito usados quando as mulheres não queriam ter trabalho para arrumar o cabelo. 

Os turbantes eram usados para ocasiões diurnas e noturnas

Tutorial dos anos 20 para amarrar
lenços em estilo turbante




Juliet Cap ou Calot ou Coquinho


O modelo conhecido como Juliet Cap ou Calot (no Brasil também como “Coquinho”) era bastante usado, assim como solidéus e acessórios semelhantes a toucas. O modelo de Juliet Cap de Miçangas foi um símbolo exclusivo dos anos 1920. Era uma touca feita inteiramente de miçangas ou pérolas, modelada em um estilo cloche sem abas. Por ser um produto caro e exclusivo, era usado apenas por mulheres muito ricas, e feitos sob encomenda para combinar com as contas bordadas do vestido. Outros modelos não tão exclusivos também eram usados, feitos de renda ou de tecido, muito semelhantes ao cloche. No Brasil, eles são chamados de solidéus. Alguns possuíam franjas de tecido ou de miçangas e canutilho.

Caps bordados com miçangas e pedrarias.





Cloche: o símbolo dos anos 20


O Cloche, “chapéu sino”, foi o modelo mais icônico da década. Começou a fazer sucesso por volta de 1925, e continuou a ser usado nos anos 30. Esse modelo trazia chapéus justos, que faziam com que as mulheres andassem com o queixo para cima e os olhos abaixados, criando uma sensação de independência feminina. O uso do cloche incentivava um corte de cabelo mais curto, que facilitasse o encaixe na cabeça. 

O cloche dos anos 20 vinha em modelos justos na cabeça


As abas eram pequenas e leves, e algumas eram usadas dobradas. Alguns modelos nem mesmo tinham uma aba. Geralmente, tinha enfeites minimalistas.

Surgiram também modelos com abas caídas nas laterais, muitas vezes conhecidos como “chapéu de aviador” ou “Aviator hat”.

Diferentes modelos de cloche


Os cloches eram usados o ano todo, e eram feitos de palha, tela, feltro ou outro tecido. O material variava de acordo com a estação. Era comum pintar um chapéu de palha da temporada anterior para usar na próxima.




Outros acessórios


Também eram usados headbands, e headpieces semelhantes aos fascinators modernos. Tudo ao estilo flapper (conhecido no Brasil pelo nome de melindrosa).


As headbands eram usadas durante a noite, com a maioria das vestimentas formais até 1925. Essa tendência começou por influência da exploração da tumba do faraó Tutancâmon, antes dos anos 20. A partir de então, todas as mulheres queriam se parecer com rainhas egípcias, e passaram a usar coroas, tiaras e toucados; além de headpieces com penas, pedras e pérolas, semelhantes ao que chamamos hoje de fascinator (o termo só surgiu nos anos 60). As atrizes de cinema que tinham estilo flapper (melindrosa) usavam headpieces especialmente feitos para elas. As penas de pavão eram muito populares, assim como as cores verde, azul e dourado, típicas da Art Déco da época. Algumas vezes, as penas eram acompanhadas de pedras. Esses acessórios geralmente eram presos no cabelo com pentes. Os modelos com pedras ou jóias, eram chamados de “pente espanhol” (Spanish combs).


Alguns headdresses eram grandes e chamativos, e muitos tinham um estilo muito próximo ou semelhante à headband. Conhecidos na época pelo nome de bandeau, tinham folhas elaboradas, borboletas, libélulas e pedras preciosas cobriam faixas de cabeça em um ou nos dois lados.

Headdresses com joias e pedras preciosas:
todas as mulheres queriam se parecer
com rainhas egípcias

Um dos modelos de headband da época era usar pérolas, contas, miçangas e pedras em volta da cabeça. Algumas vezes, fileiras de contas ficavam penduradas na testa ou em um dos lados. Mesmo colares ou fios de pérolas ou miçangas eram usados enrolados em torno da cabeça durante eventos formais.

Estilo comum de headband nos anos 20



Outros modelos eram justos na testa e ao redor da cabeça, e variavam entre fitas, rendas, lenços e outros materiais, como pedraria e bordados. Em festas e casamentos, era usado o modelo mais elaborado feito em metal e decorado com pedras. Alguns desenhos eram inspirados no Egito antigo. Outros modelos tinham estilo Art Déco.

Alguns modelos variavam ente fitas, rendas e pedrarias,
posicionados ao redor da cabeça

Além dos modelos de headbands, a tiara também fazia sucesso, com a influência da estética egípcia (ou do que era visto como egípcio na época). A tiara egípcia era usada à noite, no alto da cabeça. Os modelos eram pequenos e delicados. Posteriormente, alguns modelos se fundiram a modelos e estilos de headbands.

Alguns modelos de tiaras se fundiram a modelos de Headbands,
especialmente s de joias e pedrarias
As headbands e tiaras eram usadas com cabelos curtos e lisos ou ondulados.

Além das headbands e tiaras, era comum também o uso de bandanas e lenços. Muitas vezes os lenços eram usados em estilo bandana, lembrando headbands.
Durante o dia, era comum amarrar um lenço ou fita em volta da cabeça, em forma de bandana ou headband, muitas vezes com um laço enfeitando um dos lados da testa ou da cabeça. Outras vezes, eram usados em estilo turbante ou semelhante ao turbante, ou ainda de forma que lembrava um estilo cigano. 

Lenços amarrados em estilo bandana:
muito comum nos anos 20


Era comum o uso de lenços em formato
semelhante ao turbante ou com estilo
parecido com o cigano







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