terça-feira, 30 de agosto de 2016

Moda dos Anos 30





Os anos 30 formam marcados pela Crise econômica Mundial, seguida da quebra da Bolsa de 1929 (Grande depressão). Por causa da crise, a moda fica menos opulenta, e as pessoas passam a buscar materiais naturais e mais baratos, como algodão e casimira. A ordem é investir em roupas que tenham um apelo mais clássico e atemporal. O visual fica mais sério e sóbrio.


A cintura fica mais marcada e o comprimento das saias e vestidos aumenta. As roupas ficam mais justas e mostram melhor as formas. Busca-se um resgate da feminilidade, com exuberância de curvas e elegância de roupas refinadas, sem grandes ousadias. As formas tinham inspiração na Antiguidade Clássica. Cortes enviesados e decotes profundos transformam as costas em nova área de atenção. Os cabelos também ficam mais compridos, e são usados com ondas.

Moda dos anos 30:
Roupas com apelo clássico e atemporal

As luvas são parte importante do figurino, e se destacam capas e boleros. Nos vestidos e saias, surgem modelos godê e evasê. Saia lápis, saia trompete e saia godê são alguns dos modelos comuns. Continuam clássicos até os dias de hoje. O suéter faz sucesso como peça diária informal. Surgem os conjuntos, versáteis e fáceis de combinar: saia e blusa, saia e casaco. Podiam ser coordenados entre si e combinados com luvas cachecóis e bolsas. O cloche ainda é usado, mas com modelos diferentes. Mas quem se destaca é a boina francesa, usada de lado. Buscando economizar materiais em época de crise, volta-se a usar mini chapéus, como na Era Vitoriana. Em diferentes formatos e modelos, com variedades de enfeites, eles são clássicos e econômicos. O voilette também é muito usado para proteger o rosto da poeira.

Chapéus dos anos 30:
acessório volta a ser usado em tamanho mini.
Figurino dos anos 30:
Surgem os primeiros conjuntos de saia e casaco.


Surge a sapatilha, o sapato pump (que deixa o peito do pé à mostra), salto médio, de pontas arredondadas (inclusive e estilo que costumamos chamar “sapato boneca”), sapatos bicolores e saltos de tamanho médio. A famosa peça combinação torna-se curinga do guarda-roupa.


Nessa época, as pessoas descobrem o prazer da prática de esportes, da vida ao ar livre e dos banhos de sol. Assim, surgem trajes esportivos, como shorts, bermudas, trajes de banho (inclusive o maiô). O estilo náutico (despontando com Coco Chanel) faz sucesso e está relacionado a essa moda esportiva.

Figurinos dos anos 30:
Estilo náutico faz sucesso.
 
Figurinos dos anos 30.


O cinema e as divas de Hollywood são uma forte referência de moda. Katharine Hepburn, Marlene Dietrich, Jean Harlow. Mae West e Greta Garbo foram ícones da época, iniciando a era das pin ups estilo Classic Hollywood. O modelo de beleza passa a ser o de Greta Garbo: magra e bronzeada. As sobrancelhas são finas e bem marcadas com lápis, e usa-se pó de arroz bem claro.

Marlene Dietrich, Mae West,
Katharine Hepburn e Jean Harlow:
Divas de Hollywood e referências de moda.

Greta Garbo: modelo de beleza dos anos 30.


Os estilistas (o nome certo seria costureiros, viu?) ícones da época eram: Coco Chanel, Elsa Schiaparelli, Madeleine Vionet, Madame Grès, Jeann Lanvine, Edit Head, Gilbert Adrian, Mainbocher. Nos calçados, a estrela é Salvatore Ferragamo, que inova no material alternativo utilizado nos sapatos. A marca dele se transfoma em um império do luxo italiano.


Em 1929, com a quebra da bolsa, surge também a bijuteria, uma alternativa mais barata às joias autênticas. Surgem também novos materiais, como a baquelita (também chamada de baquelite), um tipo de plástico maleável, que dá origem a um novo design, com conceito de modernidade. Aplicada a eletrodomésticos, ela também é usada em bijuterias, criando uma nova moda de acessórios e bijuterias com plástico e resina.

Para conferir estes e outros produtos, clique aqui.
Para conferir os voilettes, clique aqui.

Para conferir esses e outros produtos com flores, clique aqui.


Confira os Acessórios artesanais da Madame Vintage: www.madamevintage.com.br



* Este texto é um trecho do livro "Guia de Estilo: Dicas para montar seu Guarda-roupas Pin Up". Para ler na íntegra, clique aqui e faça o download do livro gratuitamente.

Clique aqui para fazer seu download gratuitamente



Posts Relacionados: 

A Moda dos Anos 50

Moda dos Anos 40

Dicas para montar seu Estilo e seu Guarda Roupas Pin Up

E-Book Grátis: Guia de Estilo para Pin Ups!

A arte Pin Up e Seu Legado Cultural

Estilo Pin Up: acessórios para a cabeça


Estilo Pin Up

 


terça-feira, 23 de agosto de 2016

A arte Pin Up e Seu Legado Cultural




Por volta dos anos 30 e 40, um estilo de arte fez muito sucesso nos EUA. Essa arte existia na forma de desenhos, ilustrações e fotografias, e retratava mulheres em poses sensuais, mas ao mesmo tempo com um ar de inocência. O famoso "Sexy sem ser vulgar" (que, como sabemos, sempre foi a fantasia dos homens: a mulher sexy e ao mesmo tempo recatada). As ilustrações eram feitas para pendurar, e daí o nome "pin up". O auge deste estilo de arte foi nos anos 40, quando os homens foram à guerra, e levavam as ilustrações, calendários e fotografias, para olhar belas garotas, enquanto estavam longe de casa. Alguns dos ilustradores mais famosos foram Gil Elvgreen, Alberto Vargas e Earl Moran. Este estilo de arte deu origem à cultura Pin Up, como é conhecida nos dias de hoje.


Há quem diga que a arte tem suas origens no século XIX, com a arte dos cartazes do teatro de revista. E há quem diga que além do sucesso dessa arte ligada aos espetáculos, houve uma arte norte americana que retratava as mulheres de uma forma considerada nova. 


A Garota Gibson


Em 1890, o ilustrador norte-americano Charles Dana Gibson criou a imagem da mulher que ficou conhecida como “Garota Gibson”, em ilustrações publicadas na Revista Life. Ele se inspirou em sua bela e jovem esposa Irene Langhorne e suas quatro irmãs, para criar um estilo de mulher independente, jovem e bela, da virada do século. Era um modelo de beleza de mulheres esguias e cheias de curvas, de cintura fina, de forma que não era considerada vulgar ou indecente. Os cabelos eram presos no alto da cabeça, formando um volume bufante. Era elegante e feminina, pertencente à alta classe e sempre bem vestida. Era bela e mantinha-se sempre confiante, serena e independente, e buscava sua satisfação pessoal. Apesar de procurar retratar uma mulher independente, a garota Gibson nunca se envolvia diretamente em assuntos políticos, e nunca lutava pelo direito ao voto. Mas aparentava ser sexualmente dominante. Geralmente, a Garota Gibson era solteira e esperava um romance que a tirasse do tédio. Quando casada, era uma mulher que não acreditava no romantismo no casamento, mas que se divertia com as amigas e os filhos. A modelo Gibson mais famosa foi a atriz belga Camille Clifford.

A Garota Gibson era independente,
mas não se envolvia diretamente em política.
 

Na mesma época, surgiu o conceito da “Nova Mulher”. Esta se envolvia diretamente em questões políticas, e era um exemplo de mudanças e rupturas dos velhos padrões sociais, exigindo direitos educacionais e trabalhistas iguais, assim como a reforma progressista, a liberdade sexual e o direito ao voto. Era, portanto, um conceito muito ligado aos valores do movimento feminista. A diferença entre ela e a Garota Gibson era justamente o fato de que, apesar de a Garota Gibson assumir muitas das características na Nova Mulher, ela não se envolvia diretamente em questões políticas e nem na luta por direitos; e assim, não foi considerada uma figura que estivesse “usurpando” funções tradicionalmente consideradas como masculinas, ao contrário da Nova Mulher. Com o sucesso da Garota Gibson, outras revistas seguiram o estilo da Life. Assim, a “Garota Christy”, criada por Howard Chandler Christy, surgiu na “The Century Magazine”; e a Mulher Maravilha, de Harry George, surgiu na Sensations Comics. A garota, Fisher, criada por Harison Fisher, também surgiu nas ilustrações da Puck Magazine e da Metropotlitan.

A Garota Christy

A Garota Fisher

A Mulher Maravilha, de Harry George
fui influenciada pela Garota Gibson


O trabalho de Gibson e de Christy também serviria de influência para Gil Elvgreen, que seria um ícone da arte pin up, anos mais tarde.


Primeira Guerra Mundial


Durante a Primeira Grande Guerra, o presidente dos EUA, Woodrow Wilson, formou a divisão de Publicidade Pictorial, para inspirar as tropas a lutar e incentivar o patriotismo. A campanha incluía belas mulheres vestindo uniformes militares de forma sensual, com mensagens de incentivo ao alistamento militar. Desenhadas por Harisson Fisher e também por Howard Chandler Christy, que já possuía experiência em ilustrações de guerra. O esforço das Pin Ups em prol do patriotismo e servindo de inspiração a tropas reapareceria na Segunda Guerra Mundial, e de uma forma mais semelhante às pin ups que conhecemos hoje.

Ilustrações de Christy na propaganda da Primeira Guerra Mundial.
 
Ilustrações de Harrison Fisher para a Primeira Guerra Mundial.


Teatro de Revista e sua influência na arte Pin UP


Os ilustradores Alphonso Mucha e Jules Cheret foram muito influentes nas ilustrações europeias, e influenciaram a arte pin up que conhecemos hoje. Em Paris, no final do século XIX, eles pintavam pôsters para o teatro, com belas mulheres em poses sensuais. Os dois artistas foram os pioneiros na arte publicitária, além de ícones da Art Nouveau. Esta arte de pintar pôsters também estava no continente americano, e em breve, contribuiria para a arte das “garotas penduradas”.

Ilustração de Jules Cheret
 
Ilustrações de Alfonso Mucha:
ícones da Art Nouveau


Os Ziegfeld Follies foram uma série de produções teatrais da Broadway, em Nova York, apresentadas entre os anos de 1907 e 1931; e que tiveram nova temporada entre 1934 e 1936. As peças deram origem a um programa de rádio, veiculado entre 1932 e 1936, chamado “The Ziegfeld Follies on the Air”. Inspirados pelo Folies Bergère parisiense, os espetáculos foram concebidos e montados por Florenz Ziegfeld, por sugestão de sua esposa, a artista Anna Held. As coristas das Ziegfried Follies diziam ter “afrouxado os espartilhos das meninas Gibson”, e se tornaram famosas por sua beleza entre os anos 1910 e 20. E assim, essas garotas começam a ser retratadas seminuas. 

Pôster da Ziegfedl Follies, de 1912
 
Doris Eton Travis,
uma das garotas do Ziegfeld Follies


As Garotas Ziegfelds são consideradas as primeiras pin ups cheesecake dos anos 20. Algumas das modelos pin up se tornaram atrizes, como Joan Crowford e Lucile Ball. Na década de 20, se destacam na arte pin up os ilustradores Enoch Bolles, George Quintana e Earl K. Bergey. 

Ilustrações de Enoch Bolles
 
Ilustrações de George Quintana
 
Ilustrações de Earle K. Berguey

Os Ziegfelf Follies também revelariam o ilustrador Alberto Vargas, que seria uma forte referência na arte pin up alguns anos mais tarde. Vargas também foi criador de muitos cartazes de cinema famosos. Além da indústria do cinema, as corporações e agências de publicidade também começam a disputar artistas talentosos para a criação de campanhas publicitárias. 


Anos 40, Segunda Guerra e o auge das Pin Ups


O auge da arte pin up acontece nos anos 40, impulsionada pela Segunda Guerra Mundial. Assim como na Primeira Guerra, mais uma vez, a ilustração de belas garotas serve de inspiração para as tropas. Se destacam o trabalho de grandes ícones da arte pin up, como Earl Moran, Gil Elvgreen e Alberto Vargas. Muitas vezes, os ilustradores tinham como modelos famosas atrizes de Hollywood, como Betty Grable.


As garotas Pin Up não só estão em todos os armários de soldados e oficiais durante a guerra, como estão também presentes nas “Art noses”, imagens postadas em caças e aviões de carga. As art noses também ilustravam bombas, como uma espécie de diversão sarcástica das tropas; e é daí que surgiu o nome “BombShell”, dado a pin ups extremamente sensuais.

Ilustração da Segunda Guerra Mundial, de Alberto Vargas.



Ícones da arte Pin Up


Gil Elvgreen é muitas vezes considerado o melhor artista da época. Influenciado pelo trabalho de Charles Dana Gibson, Andrew Loomis e Howard Chandler Christy, ele começou sua carreira em ilustrações pin up já nos anos 30, tendo começado a pintar calendários Pin up em 1937, para Louis F. Dow, uma das maiores editoras dos EUA. Muitas de suas pin ups foram reproduzidas durante a Segunda Guerra em art noise.  Entre os anos 1930 e 1972, Elvgreen produziu mais de 500 ilustrações pin up. Uma importante característica de suas ilustrações é que suas garotas estão sempre em poses e situações que provocam o imaginário masculino, de forma ousada, com suas típicas caras e bocas e situações acidentais que revelam sua sensualidade ingênua.

Ilustrações de Gil Elvgreen:
artista foi considerado o melhor da época
 

Alberto Vargas também teve suas ilustrações reproduzidas em art noses durante a guerra. Vargas começou sua carreira nos Ziegfeld Follies, e começou a pintar cartazes para divulgar os filmes de Hollywood. A pintura da atriz Olive Thomas feita para a divulgação de uma peça de teatro ficou muito famosa, e ela ficou conhecida como uma das primeiras garotas de Vargas. Mas seu trabalho mais famoso foi o cartaz para o filme “The sin of Nora Moran”, em 1933, que mostra um quase nu de Zita Johan, em pose de quase desespero. Na década de 40, Vargas produziu muitas ilustrações para a revista Esquire. Entre 1940 e 1946, ele produziu 180 ilustrações para a revista, conhecidas como “Vargas Girls”. O estilo de Vargas costumava retratar suas garotas de forma mais natural (ao contrário das poses em situações acidentais de Elvgreen), e muitas vezes incluía a nudez. A ousadia de sua arte, que muitas vezes trazia a nudez escandalosa, lhe rendeu um processo que foi levado à Suprema Corte dos EUA, e quase tirou a revista Esquire de circulação. Ele lutou financeiramente até 1959, quando a revista Playboy passou a publicar suas ilustrações. Sua arte também serviu de inspiração para as futuras fotos de mulheres nuas, publicadas por revistas como a Playboy, que também publicou seu trabalho entre os anos 60 e 70.

"Memórias de Olive", ilustração da
atriz Olive Thomas, de 1920.
 
Cartaz do filme "The Sin of Nora Norman",
de Alberto Vargas
 
Pin Up de Alberto Vargas.

Earl Moran também começou sua carreira nos anos 30, criando ilustrações para calendários pin up da empresa Brown & Bigelow. Milhares de exemplares de seus calendários foram vendidos. Ele também fez ilustrações de muitas celebridades, como Betty Grable, Joan Crowford e Marilyn Monroe.

Marilyn Monroe: uma das modelos Pin Up de Earl Moran.
 
Marilyn Monroe posando para Earl Moran (foto colorizada).
 
Ilustrações pin up de Marilyn Monroe,
por Earl Moran.

Joan Crowford e Betty Grable, em ilustrações de Earl Moran.

Declínio da Arte


Com o passar do tempo, passou-se a fotografar e não mais pintar as modelos. Bettie Page foi uma modelo que se tornou famosa por suas fotos ousadas. Assim, surge a revista Playboy, que usou a arte pin up como inspiração. Hugh Hefner, seu fundador, acredita que o futuro das garotas está na fotografia, e publica fotos de Marilyn Monroe na primeira edição, em 1953. Pouco a pouco, as pin ups foram sendo substituídas por fotos de atrizes nuas e modelos famosas, publicadas na Playboy. E foi que assim que, a partir dos anos 70, a indústria do sexo e da pornografia acabou com a arte pin up, que foi caindo no esquecimento.


Foi em 1982, que as clássicas pin ups ressurgiram em uma exposição organizadas por Louis Meisel e na publicação “Great American Pin Up”, lançada em 1996 pela editora Taschen. Essa reaparição da arte fez aumentar o interesse do público norte americano por ela.



Posts Relacionados:

Dicas para montar seu Estilo e seu Guarda Roupas Pin Up

E-Book Grátis: Guia de Estilo para Pin Ups!

Video: Como Fazer Penteado Anos 40 com Casquete

Video: Como fazer um Penteado com a Bandana Pin Up

Video: Como fazer um Penteado Pin Up com Flor

Estilo Pin Up: acessórios para a cabeça

Estilo Pin Up